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2012 - Livro Vermelho 2013

Dilodendron bipinnatum Radlk. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 02-08-2012

Criterio:

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

D. bipinnatum é uma arbórea com representatividade pelo Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. A espécie é dispersa por aves, um fator que permite as sementes germinarem em áreas distantes da planta-mãe, diminuindo o risco de extinção de D. bipinnatum.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Dilodendron bipinnatum Radlk.;

Família: Sapindaceae

Sinônimos:

  • > Dilodendron bipinnatum var. elegans ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente em Sitzungsber. Math.-Phys. Cl. Königl. Bayer. Akad. Wiss. München 8: 357 1878. A espécie é conhecida vulgarmente por maria-pobre, farinha-seca, mamona-pobre, correiro, pau-pobre, puta-pobre (Gentry; Steyermark, 1987; Lorenzi, 200; Somner et al., 2009). Caracterizada por apresentar um conjunto de folhas com dentes convexos e visivelmente ciliados, folhas pinadas opostas, parte inferior das nervuras central e lateral possuindo tricomas espalhados, flores normalmente com pétalas bem desenvolvidas, lobulo do cálice arredondado na porção apical (Gentry; Steyermark, 1987).

Potêncial valor econômico

​Em estudo químico realizado com a espécie foi observada ação moderada de extratos de folhas e ramos contra Candida albicans Berkout e ação antimicrobiana alta dos extratos de galhos contra Micrococcus luteus Schroeter (Santos et al., 2010).

Dados populacionais

Em estudos realizados em uma área de 1 ha amostrado de Floresta Estacional sobre afloramento calcário no município de São Domingos (GO), a representatividade da espécie foi de 20 indivíduos (VI = 8,86) e 105 indíviduos (VI= 26,61) com DAP > 5 cm (Silva; Scariot, 2003; Silva; Scariot, 2004). Em estudo realizado em um remanescente de Floresta Estacional Decidual em Monte Alegre (GO) com área amostrada de 1 ha, a espécie foi a quinta em valor de importância (VI = 15,87), sendo amostrados cerca de 19 indivíduos variando de 10 a 50 cm de DAP (Nascimento et al., 2004). Em uma área de 1,125 ha amostrada de Floresta Ripária as margens do Rio São Francisco no município de Três Marias (MG), a representatividade total da espécie foi de 87 indivíduos (VI = 17,64) com DAS = 5 cm, possuindo variações no número de indíviduos de acordo com o tipo de solo (Carvalho et al., 2005). Em estudo em área de cerrado na Fazenda Experimental da Universidade de Mato Grosso com área amostrada de 2,7 ha, a representatividade da espécie foi de 2 indivíduos (VI = 2,61) (Borges; Shepherd, 2005). No município de Iaciara (GO), uma área amostrada de 1 ha de uma mancha de Floresta Estacional decidual sobre afloramento de cálcario a espécie foi a primeira em valor de importância (VI = 34,53) sendo amostrados 113 indíviduos com DAP > 5 cm (Felfili et al., 2007). Em estudo realizado em área de cerrado com amostragem de 1 ha na Floresta Nacional de Paraopeba (MG), a representatividade da espécie foi de 26 indíviduos (VI=3,28) com CAS > 10 cm (Neri, 2007). Estudo realizado em 31 áreas de capão no Pantanal (MS), a representatividade da espécie foi de 21 indíviduos (VI=11,42) com CAP > 10 cm (Frison, 2007).

Distribuição

Na América do Sul ocorre no Brasil, Peru, Bolívia e norte do Paraguai (Somner et al., 2009). No Brasil ocorre nos estados de Tocantins, Acre, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Somner et al., 2012). Apresentando distribuição também para o Distrito Federal e Alagoas (CNCFlora, 2011)Dispersão ampla, mas descontínua com uma baixa frequência (Lorenzi, 2002).

Ecologia

Espécie arbórea com 5 a 20 m de altura, dióica, floração ocorrendo de Maio a Junho, apresentando visita de abelhas; frutificação ocorrendo de Setembro a Novembro com dispersão de semente por aves, ocorre em áreas de mata mesófita e com maior frequência em áreas de sucessão secundária (Lorenzi, 2002; Somner et al., 2009).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes ​A espécie ocorre com relativa frequência em áreas de Floresta Estacional decidual sobre afloramentos calcários na região de São Domingos, Goiás, essas áreas ainda vem sofrendo com práticas de manejo, como o uso do fogo para a formação de pastagens e expansão da fronteira agrícola. Além disso, a extração de cálcario na região também tem distruido essas vegetações (Silva; Scariot, 2004).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: ​Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Usos

Referências

- SOMNER, G.V.; FERRUCCI, M.S.; ROSA, M.M.T. Sapindaceae: Dilodendron. In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; GIULIETTI, A.M.; MARTINS, S.E. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo, SP: Instituto de Botânica, FAPESP, p.208-209, 2009.

- LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 334 p.

- SOMNER, G.V.; FERRUCCI, M.S.; ACEVEDO-RODRÍGUEZ, P. Dilodendron in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB020902>. Acesso em: 21 maio 2012.

- GENTRY, A.H.; STEYERMARK, J. A Revision of Dilodendron (Sapindaceae). Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 74, n. 03, p. 533-538, 1987.

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- CARVALHO, D.A.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.; VILELA, E.A.; CURI, N.; VAN DER BERG, E.; FONTES, M.A.; BOTEZE. Distribuição de espécies arbóreo-arbustivas ao longo de um gradiente de solos e topografia em um trecho de floresta ripária do Rio São Francisco em Três Marias, MG, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 28, n. 02, p. 329-345, 2005.

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- SANTOS, J.C.; OLIVEIRA, C.A.N.; VARELLA, L.; MATOS, A.P.; TEREZAN, A.P.; LEITE, A.C.; FERNANDES, J.B. Constituintes químicos e atividade antimicrobiana dos extratos de Dilodendron bipinnatum (Sapindaceae). Química Nova, v. 33, n. 10, p. 2080-2082, 2010.

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- SILVA, L.A.; SCARIOT, A. Comunidade arbórea de uma Floresta Estacional Decídua sobre afloramento calcário na Bacia do Rio Paraná. Revista Árvore, v. 28, n. 01, p. 61-67, 2004.

Como citar

CNCFlora. Dilodendron bipinnatum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Dilodendron bipinnatum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 02/08/2012 - 13:43:56